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quinta-feira, 3 de junho de 2021

Lussati prefere suicídio do que entregar generais

Lisboa – As declarações do major Pedro Lussati durante interrogatório na Direção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), da Procuradoria-Geral da República, reiterando que os meios (malas de dinheiro) aprendidos em sua posse pertencem unicamente a si, são baseadas no principio da sua lealdade em que preferem a descontinuidade da vida do que trair os seus superiores.

Fonte: Club-k.net

RECEBEU FORMAÇÃO PARA NUNCA TRAIR OS SEUS SUPERIORES

Segundo explicações de fonte conhecedora de assuntos da Casa de Segurança, parte dos efectivos ligados a UGP da linha de Pedro Lussati, foram criteriosamente doutrinados para serem fieis até a morte, razão pela qual não se espera que o major entregue tão facilmente os seus antigos superiores sobretudo num quadro de pressão psicológica.

 

Pedro Lusati tal como cerca de 80% dos efectivos da Casa de Segurança incluindo o comandante da UGP, é oriundo da província da Huíla. Os mesmos são conhecidos pela exagerada lealdade e por numa falharem nas missões que lhes são superiormente incumbida.



Lusati de 43 anos de idade, entrou na Casa de Segurança através de um tio que trabalha na presidência visto que um dos critérios para o ingresso nestas estruturas é ter ai familiares. Depois de treinados e doutrinados, os mesmos tornam-se notados pela sua lealdade, que as vezes sobressai-se mais na proteção dos seus superiores do que nas instituições em si.

 

Em 2017, quando João Lourenço assumiu o poder, o comandante da Unidade da Guarda Presidencial (UGP) Tenente-general Alfredo Tyaunda, até então reconhecido pela sua lealdade incondicional ao antigo Presidente José Eduardo dos Santos tinha tudo preparado para se mudar para a residencial oficial de JES, no miramar para junto com 200 homens oferecer proteção ao seu antigo patrão. Tyaunda acabaria por ser demovido desta sua “interpretação de lealdade” depois de ter sido convencido por Pedro Sebastião que a fidelidade passa pela a instituição “Presidente da República e comandante-em-chefe das FAA” acabando por ser mantido no cargo.

 

A fidelidade destes efectivos, levou com que em Abril de 2019, um capitão da UGP Daniel Mulato Sawa, pusesse fim a sua própria vida ao invés de explicar a PGR como 280 milhões de dólares “pertencentes” ao seu antigo chefe, general Leopoldino do Nascimento estavam guardados na sua conta bancaria. Os fundos teriam saído do CIF – China International Funds, uma empresa controlada por oficiais do circulo presidencial do ex-Chefe de Estado, e que estava a ser investigada.

 

O capitão que era ajudante de campo de “Dino”, estava a ser ouvido pela PGR, que queria mais pormenores de sua parte. Num dia 16 de Abril, o seu antigo chefe “Dino” Nascimento viajou para Barcelona. No dia seguinte, já sob pressão, o capitão (na foto ao lado) pegou na sua arma e suicidou-se com um tiro na cabeça nas instalações da Escola Superior de Guerra, no município de Viana, onde frequentava um curso que o promoveria a Major. Segundo apurou o Club-K, o malogrado capital fiel, deixou também um bilhete em posse das autoridades cujo conteúdo foi mantido no secretismo.

 

De forma a não acontecer o mesmo com o major Pedro Lussati, as autoridades procuram não colocar o mesmo sobre nenhum tipo de pressão visto que quando se pôs em fuga no dia da sua detenção, a primeira coisa que fez foi carregar a sua arma de fogo. O pior não terá acontecido porque ao saltar o muro do condomínio ‘Imoluanda’, em Talatona, o major fraturou as pernas o que facilitou a sua captura.

 

Em condições normais, o major Pedro Lusati que se encontra na condição de detido estaria na numa unidade prisional da polícia militar judicial ou mesmo no hospital prisão de São Paulo, no bairro Nelito Soares. Face, a sua condição de doutrinado ou de “fiel até a morte”, o major está a ser domiciliado pelo próprio SINSE, que umas vezes o mantém na sua sede e outras numa clinica reservada para funcionários da Presidência da República.

 

A não pressão a volta do Major Pedro Lusati, foi também observada pelo veterano jornalista Ramiro Aleixo, ao vê-lo ser entrevistado pela TPA, transmitindo tranquilidade. “A calma e as ‘mordomias’ dispensadas ao major no decorrer do banquete foram tantas, que só pecou pela falta de caviar e de champanhe”, notou lembrando já ter visto outros detidos que não foram tratados com “tanta elegância”.

 

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