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quinta-feira, 3 de junho de 2021

TV record retalia regime citando empresa de Ana Dias

Lisboa - Uma reportagem transmitida nesta quarta-feira (2) pela brasileira  TV Record, expondo alegados negócios da primeira dama de Angola, Ana Dias Lourenço, está a ser vista como retaliação por conta da suspensão do sinal, em Angola, da Record TV África, propriedade do Grupo Record, da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola (IURD).

Fonte: Club-k.net

Em retaliação a suspensão da Record TV África

A reportagem transmitida no Jornal da Noite, foi baseada num depoimento de 2017, em que a publicitaria brasileira Monica Regina Moura depõem na operação Lava Jata sobre fundos que a construtora Odebrecht havia canalizados para a campanha do MPLA, e que passaram pela empresa “Orion – Agencia de Publicidade e Produção” na qual Ana Dias Lourenço integrou, no passado,  a sua estrutura de acionistas, em nome do parido no poder, em Angola. Em Maio de 2017, o Club-K reportou este mesmo assunto acompanhado de um vídeo onde consta o depoimento de Monica Regina Moura.

 

O facto de a TV Record ter ido buscar este escândalo que data de 2017, está a reforçar a versão de que se está diante de uma retaliação por conta de um desentendimento entre o regime angolano e a Igreja Universal do Reino de Deus em Angola (IURD), de Edir Macedo (na foto).

 

O braço de ferro entre Igreja Universal do Reino de Deus em Angola (IURD), e o governo de João Lourenço acentuou-se depois de o executivo ter tentado impor a esta congregação religiosa, uma liderança composta por pastores angolanos conotados ao MPLA  na qual se destaque um antigo Bispo,  João Antônio Bartolomeu, geralmente referenciado como “ligado” a família Lourenço.

 

Para além de impor uma liderança, o governo angolano suspendeu  no mês passado a Record TV África, controlada por esta Igreja e expulsou do país, um grupo de missionários dentre os quais,  o seu líder espiritual em Angola, Honorito Gonçalves.

 

A decisão do governo em suspender o sinal da TV Record, em Angola é associada a medidas preventivas destinadas a evitar a reprodução em Angola, do antecedente no Brasil, em que a  Igreja Universal através do seu grupo de comunicação social apoiou abertamente a candidatura de Jair Bolsonaro as últimas eleições.

 

Com a IURD a ser retirada das mãos de pastores  brasileiros,  a favor de Bispos “amigos do MPLA”, o governo angolano  evita que a “ala original” se vingue nas eleições de 2022, apoiando o candidato da UNITA, Adalberto Costa Júnior ou que passem a reportar irregularidades eleitorais que são ocultadas pela TPA.

 

A reportagem sobre os supostos  negócios de Ana Dias Lourenço, poderá ser o início de futuras reportagens jornalistas desfavoráveis ao regime angolano.

 

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