Luanda - Um dos traços marcantes da Captura do Estado pelas elites predadoras em Angola reside no cada vez mais restricto controlo da máquina do poder por um círculo restrito do aparelho militar/securitário (mais o securitário do que propriamente o militar) que se traduz na crescente limitação de liberdades e direitos e na progressão do autoritarismo, contra a democracia.
Fonte: Club-k.net
Nem sempre continuam convergentes os potentados económico-financeiros com o poder político, sequer com a vertente castrense. Basta estar atento, na medida do publicado na vertente patrimonial, ainda que, como sabemos desde antanho, nada se reduz ao strictu sensu.
Destarte, as mudanças de turno no cenário político, haveriam de traduzir-se nos conflitos latentes entre antigos e novos possidentes.
O poder e influência dos militares, que teve o seu auge no tempo do falecido general João de Matos, viria tempos depois, a ser solapado pelas alterações no seio dos dirigentes dos diversos ramos das FAA, cuja eficácia e operacionalidade se viram diminuídas no pós-guerra, malgrado os ténues esforços de reforma, sob os quais impendem grandes resistências, para dar lugar, mais uma vez, ao poder quase absoluto do aparelho securitário.
Claro esta, em prejuízo do peso específico dos políticos/civis no seio do partido dos camaradas, enquistado em divisões de varia natureza após a eleição do presidente João Lourenço.
Assistimos, claramente, a uma redistribuição das esferas de poder e influência, sendo certo que o jogo ainda não terminou. Independentemente da geometria variável deste contexto, quase tudo dependera dos resultados eleitorais e do day after. Entretanto, ate ao lavar dos cestos e vindima.
( Notas sobre o contexto politico angolano)
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