Lisboa – As autoridades judiciais angolanas voltaram a congelar as contas bancarias da UNITA, depois de já o terem feito, em finais de 2020, sob alegação de que contra este partido pendem problemas judiciais a volta de um edifício comprado na província de Benguela.
Fonte: Club-k.net
Com base neste argumento, o tribunal penhorou 400 milhões de kwanzas das contas da UNITA com a garantia de que serão descongelados depois de este partido saldar dividas contraídas a quatro anos a um vendedor que reclama pagamentos de serviços, a pedido deste partido, para o projecto da “TV Raiar”.
O congelamento das contas da UNITA está a ser aproveitada pelo seu rival, o MPLA, que recentemente recrutou um militante do comitê da UNITA no Cacuaco, Domingos Pedro para ir a televisão passar a versão de que os “400 milhões de kwanzas” não foram congelados pelo Tribunal mas sim usados para a compra de uma casa para o Presidente do partido, em Portugal.
O primeiro congelamento das contas da UNITA, aconteceu no momento em que a direção do partido, seguia para o Huambo para a realização da II Reunião Ordinária da Comissão Política. Na altura o partido tinha uma outra segunda agenda que seria uma atividade em Malanje, tendo este partido enfrentado problemas para pagamento para acomodação da sua delegação.
Desta vez, o bloqueio das contas aconteceu quando uma delegação chefiada pelo líder do partido, Adalberto Costa Júnior preparava-se para uma digressão de trabalho diplomático no exterior do país.
Antes da viagem, Adalberto Costa Júnior que é igualmente deputado a Assembleia Nacional, comunicou, por escrito, ao Presidente do Parlamento angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” que se ausentaria do país, tendo nos termos da transparência, detalhado o itinerário da sua viagem enumerando os países em que passaria.
Com base nesta informação providenciada, o regime angolano fez circular nas hostes da UNITA, uma “fakenews” insinuando que Adalberto Costa Júnior iria viajar para Barcelona para receber “malas de dinheiro” do antigo Presidente, José Eduardo dos Santos (JES). A “fake News” acabou não tendo efeito visto que na data em que o líder da UNITA estava na Europa, o antigo Presidente JES, não se encontrava em Barcelona mas sim no Dubai, acompanhado da filha Isabel dos Santos.
Porém, a estadia de Adalberto Júnior no exterior, coincidiu com a semana em que o antigo líder angolano, José Eduardo dos Santos (JES) regressava a Barcelona. De acordo com fontes do Club-K, um funcionário do protocolo da embaixada de Angola nos Emirados Arabes Unidos foi instruído a fazer uma gravação (em vídeo) do momento do embarque do antigo presidente, no aeroporto do Dubai, para dar sustentação a versão da “fake news” de que os dois políticos (JES e ACJ) iriam estar juntos em Barcelona. A “fake News” acabou por não ter efeito, nas hostes da UNITA, porque na data em que JES regressava à Barcelona, o Presidente da UNITA, encontrava-se na Guiné-Bissau, e dai seguiu para Alemanha, fazendo uma escala em Lisboa.
Com as contas bancarias encerradas da UNITA, as autoridades angolanas tem se interrogado como a delegação do maior maior partido da oposição tem podido viajar pelo exterior do país e ao mesmo tempo realizar algumas atividades no interior do país.
De acordo com informações, o regime suspeita que alguns membros do MPLA, conotados a família de Eduardo dos Santos estejam a apoiar a UNITA. Tal versão é apadrinhada pelo próprio líder do MPLA e Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço que nas suas audiências a entidades que o procuram faz transparecer que tinha melhores relações com a direção da UNITA, chefiada por Isaías Samakuva, ao contrario com a de Adalberto Costa Júnior a quem ele suspeita estar a ser “apoiado por grupos que querem derrubar -lhe do poder”.
O mau clima entre João Manuel Gonçalves Lourenço e Adalberto Costa Júnior tem resultado numa guerra sem tréguas, destinada a desacreditar o sucessor de Isaías Samakuva.
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