Luanda - Angola vai registar pelo quinto ano consecutivo taxas de crescimento negativas, prevendo até ao final deste ano uma recessão de cerca de 3,3% e para 2021 uma taxa global de crescimento nula.
Fonte: VOA
Esta é, pelo menos a previsão do Orçamento Geral do Estado para o próximo ano, aprovado apenas pelo partido no poder, MPLA, cuja discussão na especialidade teve início esta semana.
Para falar sobre o assunto, ouvimos o economista José Severino, o empresário Ramiro Barreira, Rafael Aguiar, líder juvenil e o diretor nacional da juventude, Kikas Machado.
O documento aprovado pelo MPLA, elaborado num período de grande incerteza, e a refletir cinco anos de recessões, apresenta receitas estimadas e despesas fixas de 14,78 biliões de kwanzas.
As previsões de crescimento positivo para 2021 saíram goradas pela pandemia e o prognóstico de uma taxa de crescimento nula, não ajuda naquilo que são as expectativas da produção interna, da criação de mais empregos, e de maior funcionalidade em termos de produção e serviços, para a economia angolana.
Todos estes cenários têm sido usados como arma de arremesso para as convulsões sociais que têm como epicentro, o descontentamento dos jovens, como sendo a maioria da população activa e as principais vítimas da crise no país.
A taxa de desemprego em Angola aumentou no terceiro trimestre do corrente ano para 34%, 1,3 pontos percentuais em relação aos três meses anteriores e 3,9 pontos percentuais face ao período homólogo, segundo contabilizou o Instituto Nacional de Estatística de Angola.
A onda de manifestações em algumas províncias do país são o reflexo do desespero que envolve vários sectores da sociedade angolana.
O formato do encontro promovido, esta semana, pelo Presidente João Lourenço, à semelhança do que sempre aconteceu com o regime de José
Eduardo dos Santos, foi considerado por alguns sectores mais radicais, como não tendo sido inclusivo e não indicou soluções que satisfazem as preocupações da juventude.
"As famílias e as empresas são outras vítimas do actual contexto de crise que a economia angolana vive nos últimos cinco anos. Todas as semanas são anunciadas mortes de empresas, traduzindo a imagem de um país com o maior índice de mortalidade das empresas no mundo", como revelou à VOA o economista José Severino.
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