Luanda - No momento em que vos escrevia estava uma mosca a passear pela tez limpa e bem tratada do meu pé direito. Acho que estava em busca de um terreno mais suave para as suas sujas patas do que os abundantes resíduos que connosco coabitam em quase todos os cantos da nossa urbe capital. Há de facto muita mosca a viver em paz.
Fonte: Club-k.net
Finda o mês das chuvas, Abril, e alguma benção também se vai. Chuva só não é benção onde a gestão sobre onde a água bate está há milhas de uma organização padrão. “Foi um mês fértil para observações intelectuais”, como disse um Master amigo A.E. Mas no nosso país falar não é para todos. Nem para (todos) os jornalistas, quando deveriam ser estes que com alguma isenção, imparcialidade e verdade estariam juntos do povo para verbalizar o contexto.
O Espírito Santo, o ser que completa a santíssima trindade, ninguém o conhece. Ele é tão importante para os cristãos quanto o Pai Celestial. O Sr. “Ordens Superiores” acho que também muitos não o conhecem. Eu pelo menos não o conheço mas muitos são vítimas dos seus “horrores”.
A vítima da vez foi o promissor jornalista Israel Campos que, segundo consta, por ter lido uma crônica escrita pelo autor do livro “Os meus tios e seus atongoko” Mwene Vunongue, num dos programas de rádio da Rádio Luanda.
O texto causador das “comichões superiores” conjugava com alguma explicitude o termo incompetência. Provavelmente o eufemismo deveria ter sido o advérbio na acção. Se calhar se dissesse “não estão a fazer as coisas como deve ser” não haveria a mão pesada do Sr. “Ordens Superiores”. Parece que quem governa gosta quando passam a mão na cabeça onde o careca tem cabelo.
Assim vamos limitando a liberdade de expressão, de informação e o tal comprometimento que deveríamos ter para com as pessoas.
O Israel Campos é um jovem jornalista promissor. “Deixem-no trabalhar”. Nele eu assumo: “É só o que ele sabe fazer”.
Quanto ao Sr. “Ordens Superiores” peço-te, com todo o respeito que a vossa grandeza merece, não permita que comportamentos do género, suspensão a jornalistas, abalem a nossa posição no ranking mundial da liberdade de expressão. Parece que não mas é Angola que sai a perder.
Reitero: Deixem o Israel Campos e outros jornalistas trabalharem.
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