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domingo, 23 de maio de 2021

General Gato critica plano estratégico do regime para combater líder do seu partido

Luanda - Sinto as pessoas quase que em estado de choque perante a forma como os adversários políticos são tratados no nosso país.

Fonte: Club-k.net

Infelizmente aqui um adversário político forte não é uma mais valia para o desempenho do executivo. Ele é considerado apenas como uma ameaça, um inimigo mesmo, daí a elaboração do famoso "plano estratégico para combatê-lo até à exaustão".

 

Não há novidade no modus operandi do partido no poder em Angola com relação ao "inimigo", aliás adversário político.

 

Senão vejamos o que se passou em 1975 quando estava em causa o controlo da capital, à margem do que estava plasmado no Acordo de Alvor. Nessa altura a FNLA de Holden Roberto era sem dúvidas o mais poderoso de entre os 3 Movimentos de Liberação acabados de chegar uns de Kinshasa, outros de Brazzaville e das matas do Leste.


A estratégia para combater a FNLA foi com base na Rádio Nacional. A diabolização foi levada ao extremo. "Holden Roberto é zairense e come carne humana" .- repetia insistentemente a propaganda. "Samuel Abrigada (ministro das finanças pela FNLA no governo de transição) roubou cem mil contos". Um alto dirigente do MPLA naquela altura, revelou há já alguns anos que tudo aquilo não passou de propaganda hostil com o objectivo de criar na população de Luanda em particular, um sentimento de medo para rejeitar e excluir. Assim a FNLA foi excluída da cena política de forma relevante até aos dias de hoje.

 

Passados alguns anos, mais precisamente na década 90 do Séc passado, a UNITA cresce e desenvolve-se tornando-se no inimigo principal do poder e em consequência vimos todos como o seu leader Jonas Savimbi "foi combatido até à exaustão".


Hoje, 20 anos depois de Jonas Savimbi a UNITA volta à ribalta e para não variar, a tónica é a mesma. O ataque é direccionado ao Leader.

 

Adalberto Costa Junior é cidadão estrangeiro, não goza de apoio do seu partido. Vejamos que até comprou uma maçã em Portugal por 400 milhões de Kwanzas.

 

O problema não é ACJ mas sim a nossa falta de cultura democrática no que tem a ver com a convivência no pluralismo de ideias.

 

O que me deixa tranquilo no entanto, é que contrariamente aos exemplos atrás citados, no contexto actual já não há partidos políticos armados. Hoje os instruments de luta são a argumentação política e a justiça para arbitrar casa haja conflito.


Com serenidade, bom senso e um espírito de pertença à uma pátria comum, poderemos suplantar os maiores obstáculos e finalmente começarmos a reconstruir o nosso belo e rico país.



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