Luanda - Fui deputado durante quase 24 anos (86 a 2008). Agora apenas recebo uma pensão vitalícia de Kz.273.000.00 e assistência médica parcial. Nunca andei pelos corredores do MPLA à procura de emprego.
Fonte: BJ
Em 2008 pedi a minha reintegração no Ministério da Juventude, de cujo quadro de pessoal sou efectivo, com a categoria de 1° assessor. Muandumba e Pitra Neto não quiseram reintegrar-me. Escrevi a pedir ajuda ao então presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, Gigí. Nunca reagiu. Escrevi ao Secretariado do BP. Fui recebido por Roberto de Almeida, mas nada mudou. Alfredo Júnior e Rui Falcão "arranjaram-me" o emprego de adido de imprensa na Suiça em 2010, 2011 (lembraram-se que a JMPLA dera-me um curso básico de jornalismo e que fui correspondente do jornal Juventude na Huila). Mas acho que acabei por não satisfazer Carolina Cerqueira (ou o seu gabinete). Quando apercebeu-se disso, José Maria dos Santos, Governador de Luanda, nomeou-me seu assessor político-social. Infelizmente não durou lá. Alguns meses depois descobri o peso do nepotismo, quando na CACL desempenhava o cargo de assessor da vice-presidente Francisca, durante o consulado do General José Tavares. Aí nem salário me pagaram. Davam-me um "vamos ver" de Kz.100.000.00 quando apetecia. Apanhei um AVC no final de 2012 e fui "desaparecendo".
Escrevi ao Presidente da República (carta entregue num guichê da Cidade Alta) e em 2015 fui readmitido nos quadros do Ministério da Juventude. Atiraram-me para a Galeria, onde me deram uma sala grande sem mais ninguém. Até hoje nunca me foi dada nenhuma tarefa. Não, minto. Mandaram-me assistir a um conselho consultivo. E continuo na mesma categoria desde 1996. 1° assessor!
A entrevista de Lopito Feijo fez-me lembrar da vida do quadro militante que não se propõe rastejar, que não se conforma apenas com o que entra no seu bolso e se propõe fazer um trabalho que corresponda aos objectivos declarados previamente."
Bernardo António Januario
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