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sábado, 3 de abril de 2021

Samakuva escreveu a JL que não iria ao almoço

Luanda – Tão logo recebeu o convite para o propagado “almoço da paz” realizado nesta sexta-feira, 2, no palácio presidencial, o antigo líder da UNITA, Isaías Ngola Samakuva enviou uma carta ao Chefe de Estado angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço agradecendo o convite mas por outro lado mostrando a sua indisponibilidade em se fazer presente do evento. Os serviços de apoio ao Presidente não tornaram publico o conteúdo da carta permitindo que analistas do regime criticassem a ausência do antecessor de Adalberto Costa Júnior.

Fonte: Club-k.net

Em solidariedade a “Gato” e Adalberto 

Para além de Isaías Ngola Samakuva, duas outras figuras históricas, tais como o seu co-fundador da UNITA, José Samuel Chiwale e a antiga líder da LIMA, Miraldina Olga Jamba não participaram do almoço, em solidariedade ao Presidente do “Galo Negro”, Adalberto Costa Júnior e ao antigo coordenador da comissão de gestão dos “maninhos”, Lukamba Paulo “Gato” que foram excluídos.

 

Para Ruben Sicato, antigo ministro da saúde do GURN pela UNITA, o almoço serviu para “João Lourenço mostrar aos angolanos que Adalberto Costa Júnior não tinha o apoio de figuras históricas da UNITA e, por isso era alguém na iminência de ser descartado”

 

“Samakuva, Chiwale e Miraldina, ao dizerem NÃO a João Lourenço, mostraram que não estão dispostos a fazerem o jogo das secretas para desestabilizarem a UNITA no sonho lourencista de um Congresso Extraordinário de destituição de ACJ”, sinalizou o antigo profissional dos serviços de saúde da UNITA ao tempo da Jamba.

 

O nacionalista, antigo deputado do MPLA, Amadeu Amorim que compareceu no palácio presidencial criticou o gesto de algumas figuras históricas convidados à cerimónia e que, não compareceram ao acto, numa clara referencia as entidades do maior partido da oposição.

 

"Constitui um acto de deselegância e um golpe ao processo de reconciliação nacional", advogou.

 

Na mesma retorica um membro do Comitê Central do MPLA, Domingos Betico, considerou que a ausência dos convidados da UNITA constitui falta de ética.

 

Através de um texto de opinião, a Deputada da UNITA, Mihaela Webba reagiu dizendo que “Quem faltou à ética não foi a UNITA, foi quem tornou público um acto privado, um convite que dirigiu a certas personalidades, e não teve a hombridade de tornar público a resposta que eventualmente terá recebido de seus convidados.”

 

“A ética exige que ao tornar público o nome dos meus convidados e o meu convite também torne público com igual relevo a resposta deles ao meu convite. Quem não fez isso é que ofendeu a ética e não quem agradeceu o convite e foi suficientemente civilizado para explicar as razões objetivas, patrióticas e éticas para declinar respeitosamente e com sentido de Estado tão “honroso convite”, considerou a parlamentar.


Outras reações

Nelson Francisco Sul, jornalista 

O problema, longe disto, não é Adalberto Costa Júnior enquanto pessoa singular. O problema é, seguramente, Adalberto Costa Júnior como pessoa colectiva. Por isso convém reavivar a memória do Presidente da República, João Lourenço, que até é formado em história. A Paz, assinada no dia 4 de Abril de 2002, após o Memorando de Entendimento de Luena, rubricado a 30 de Março daquele ano, é fruto de um acordo entre a UNITA e o Governo, e quem representa o primeiro é o seu presidente. Logo, não é sensato o Presidente Lourenço excluir o maior partido na oposição de qualquer actividade que visa refletir sobre a Reconciliação Nacional, com vista a construção de uma sociedade inclusiva. Os que procuraram minimizar os acontecimentos devem perceber que em causa esteve mais do que um almoço, mais do que o banquete. Lourenço perdeu uma oportunidade soberana, mais uma, para mostrar aos angolanos que é verdadeiramente um discípulos de Deng Xiaoping.


Lindo Tito, deputado à Assembleia Nacional 

O dono de um banquete tem total liberdade de escolher os seus convidados. Os convidados também têm a liberdade de aceitar ou não o convite. A liberdade de convidar e a liberdade de aceitar ou não um convite exprimem a autonomia privada de cada ser humano, aliás ela é inerente a pessoa humana. Negar um convite não deixa Cair o Carmo e a Trindade. A nossa paz e a estabilidade não podem depender de um banquete, “amiga TVZIMBO.” Angola exige jornalismo democrático, contra a instigação do ódio e diabolizacão dos agentes da democracia. Que haja seriedade!

 



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