Luanda - No dia 2 de Abril de 2002 pelas primeiras horas do dia sou chamado pelo Tenente Coronel Molowini que dirigia as Comunicações da RM 63 para atender quem estava do outro lado da linha.
Fonte: Club-k.net
Cheguei nas Comunicações e era o Coronel Nando Epalanga do outro lado que me passa a seguinte orientação: “Preparem-se porque as 13h chegará um Helicóptero na vossa base para vos apanhar e seguirem viagem para Menongue onde encontrarão o General Eusébio com que seguirão viagem para Luanda no dia 3 de Abril já que no dia 4 vai se fazer a cerimônia oficial da assinatura do Memorando do Luena em Luanda; o Helicóptero vira com o Coronel Raúl mas para facilitar o pouso devias tirar as coordenadas da Chana mais próxima da vossa base onde farão o embarque e para o efeito Menongue vai entrar na vossa frequência”...
Saquei os azimutes todos da posição onde estávamos e entreguei ao Tenente Coronel Molowini que quando recebeu a chamada já do posto do Coronel Raúl em Menongue passou-lhe as coordenadas e na hora marcada o Helicóptero apareceu.
Éramos os responsáveis do nosso grupo Eu e o Tony Saiengue com que nos separamos no Luena no dia 3 já que o voo com o General Eusébio partimos de Menongue para o Luena, do Luena para Saurimo, do Saurimo para o Dundo, do Dundo para Malange e só daí finalmente chegamos em Luanda; nos pontos por onde passamos o General Eusébio que era o Comandante Militar do Kuando Kubango na época foi recolhendo seus colegas que rumavam todos para a cerimônia do dia seguinte em Luanda.
Chegamos em Luanda no final do dia e no aeroporto 4 de Fevereiro encontramos um oficial das FAA que se apresentou como Tenente Mário é que disse-nos que estava ali nos esperando; recolheu nossa delegação para os carros e nos levou até ao Hotel Trópico; uma cena que nos pareceu meio sem noção tínhamos dois motoqueiros batedores que por nossa conta saíram do Aeroporto até ao Hotel Trópico com as sirenes ligadas e nós não estávamos a entender porquê mas quando chegamos no Hotel ele nos disse que era para evitar engarrafamento...
Nos achamos muito importantes porque a virmos da mata e na nossa chegada à Luanda merecermos já batedores foi um uauuuu para nós...
No dia 4 estivemos na Assembleia Nacional e testemunhamos a assinatura do Memorando do Luena cujos signatários foram os Generais Armando da Cruz Neto pelo Governo e Abreu Kamorteiro pela UNITA sob o olhar de JES e o Gigante Lukamba Gato...
Quando vejo hoje alguém a querer privatizar a paz até só lhe olho já...
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