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terça-feira, 27 de abril de 2021

Kwanza Sul: Homens de negócios já não querem investir no município do Amboim

Gabela – Tudo deve-se ao simples facto de, nos cerca de cinco meses, o município tem um novo administrador, a classe empresarial local não é tida nem achada.

Fonte: Club-k.net
O clamor dos empresários assenta no esquecimento a que estão votados sobretudo quando o assunto tem a ver com concursos públicos para adjudicação de obras e não só, facto que está prejudicar a juventude que luta para obter o primeiro emprego.

“Em anos anteriores empreguei mais de 50 jovens mas, por força de circunstancias tive que os mandar embora porque não tenho como pagar seus salários”, disse o empreendedor Luís Manuel que prosseguiu dizendo que a razão deve-se porque «a nova administração do Amboim nos virou as costas e não quer olhar por nós. Recrutam indivíduos que não conhecemos e, estes é que aparecem como empreiteiros e nós ficamos assim», refutou.

O Club K apurou junto de funcionários seniores da administração municipal do Amboim que o assunto é bastante sério e as lamentações dos empresários tem razão de ser uma vez que tudo está parado com a preferência de outros empresários não locais em detrimento dos que sempre fizeram em prol do município.

É ponto assente que a actual administração com Eliseu Segunda à testa não está dar conta do recado no que administração diz respeito e os trabalhadores justificam dizendo que documentos há, que depois de elaborados por chefes de secções e demais chefes administrativos, entram para o gabinete do administrador e demoram três meses para merecerem o devido Despacho.

O exemplo prático é dos novos contratos com os fornecedores que devidamente elaborados, há mais de noventa dias estão engavetados no gabinete do administrador sem despacho prévio.

Folhas de salários para pagamento dos trabalhadores são elaboradas e dão entrada no gabinete do chefe (administrador) e estas por sua vez devem dar entrada nas finanças nos dias 18, 19 mas, o administrador retém-nas até dias 24 ou mesmo 25 de cada mês facto que tem criado muitos transtornos a repartição de finanças e consequentemente ao tesouro nacional.

Na administração do Amboim é obrigatório todas as despesas serem objecto de contrato por exigências de Eliseu Segunda. Há um certo descontentamento no seio de funcionários da administração por notarem que estão ser subjugados por colaboradores directos de Eliseu Segunda.

Por via disso muitos pediram sem tempo as suas reformas e alguns mesmo foram exonerados sem previ aviso e, em seus lugares Segunda colocou jovens sem experiencia, deixando a administração praticamente entregue aos lobos. Miguel do Rosário é outro empresário que já está a procura de outras paragens para investir o pouco que tem porque sente-se injustiçado pela nova administração.

“Eu respeito as pessoas e, as pessoas também deviam me respeitar. Sou cidadão nacional e mereço consideração porque acima de tudo estou no meu país e na minha terra natal”, retrucou.

O administrador não interage com seus colaboradores directos «chefes de repartições municipais» limitando-se segundo alguns desses a ameaçá-los.

Nos dias que correm a administração do Amboim foi transformada em cantina uma vez que Eliseu recolheu um grupo de jovens cantineiros e kínguilas e colocou-os em lugares chaves como: plano, contratação pública, gabinete jurídico, director de gabinete, secretaria geral, obras publicas, assessores, agricultura, energia e águas e muito mais, sem que estes tenham domínio da matéria, o que se tem tornado frustrante ara as acções que pretende realizar.

Um total de seis ex-chefes de repartições já estão na rua por descontentamento e discordarem com as políticas administrativas engendradas pelo actual administrador do município do Amboim.

SECTOR DA SAÚDE ALVO A ABATER.

O sector da saúde d Amboim é apontado pelo administrador como principal alvo a abater e para afeito os quatro principais gestores do sector estão diariamente a sofrer ameaças de exonerações mas, só não o fez ainda até agora porque, as nomeações para este sector são feitas pelo governador da província.

O sector está neste momento sem fornecedores por culpa da inviabilidade dos processos que vinculam estes à saúde, se encontrarem retidos no gabinete do administrador Eliseu.

Este e demais factores estão a contribuir para o mau funcionamento sobretudo das unidades hospitalares a nível do município com falta de tudo um pouco até a higienização dos hospitais de referencia (O da CADÁ na Boa Entrada) e o central da Gabela.

Sabe-se que o administrador fez uma carta a direcção municipal da Saúde do Amboim onde solicita que o sector proceda a entrega de duas viaturas 4x4 a administração municipal para que as respectivas viaturas sirvam os trabalhadores da administração por falta de meios.

A saúde local é detentora de quatro viaturas que ao seu serviço o número é ainda bastante exíguo, sendo que dos sete programas de saúde, cada programa deveria ter uma viatura sem se ter ainda em conta as direcções dos hospitais e a própria direcção municipal.

Para Eliseu, a saúde tem muitas viaturas e não pode porque a administração é que devia possuir tais meios por isso deve-se retirar duas das quatro viaturas que a saúde possui.

Os quadros da saúde estão bastante agastados com a situação e ameaçam produzir um abaixo assinado ao governador Job Capapinha e a ministra do sector Sílvia Lutukuta caso a situação prevalecer como está.

DINHEIRO DO PIIM

Na verdade o dinheiro do PIIM tem estado a chegar mensalmente mas no Amboim como aos restantes municípios não se vê nada e o exemplo vem do Amboim onde o empresário residente Francisco Manuel Campos Rua ganhou todas empreitadas e abocanhou e continua a abocanhar a massa do PIIM, nem uma ponte de pau sequer construiu.

Sabe-se no entanto que a preferência de Chico Celeste, assim é chamado nas hostes, este empresário se transformou em braço directo do administrador pelo facto de que as tranches financeiras a locadas a Chico por via da administração são repartidas a meio apresentando obras de terceira qualidade como se diz na gíria «para inglês ver».

A cidade da Gabela não tem água potável para consumo das populações desde 1975 e agora com o dinheiro do PIIM devia ser feita uma nova subestação de captação, tratamento e distribuição do precioso líquido mas, numa das reuniões o chefe do sector de energia e águas a levantar a questão, custou-lhe exoneração imediata e foi substituído por um kínguila.

Na tentativa de podermos aferir a veracidade dos factos o CK tentou por quatro vezes no terminal 923 599 738 contactar o ilustre administrador mas o número se manteve sempre indisponível e, pode-se justificar: Que nesta quinta-feira a vacina contra a Covid-19 teria chegado a cidade da Gabela para vacinação da população alvo e, Eliseu Segunda na qualidade de anfitrião, não estaria ausente na abertura do evento.

Mas diga-se de passagem que o município do Amboim tido como município cafeícola, esta designação há muito deixou de existir por inexistência do bago vermelho e concomitantemente por falta de incentivo aos cafeicultores.

A administração nunca sequer manteve encontros com os homens ligados a produção do café, saber as suas dificuldades e por onde passam as políticas da administração no incentivo a produção do café. Há muitas queixas mas o CK sabe apenas que há três meses o governo da província teria enviado uma comissão de inspecção a Gabela para averiguar algumas queixas apresentadas pela população mas, estes limitaram-se apenas ouvir o administrador no palácio e nada mais tendo tomado regresso ao Sumbe com informações deturpadas.

O administrador segundo nossos interlocutores, engendrou guerra aos empresários locais porque segundo ele, são do tempo do então administrador Francisco Manuel Mateus, que agora administra o município da Cela. No entanto Eliseu pretende em contrapartida introduzir como prioridade ao serviço da administração do Amboim uma sua empresa criada recentemente no município da Conda.

Diz o administrador que toda empresa que esteve ao serviço da administração durante dois anos já não tem outra chance de poder continuar a prestar serviços e como contrapartida deve-se priorizar novas empresas – segundo Eliseu.



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