Lisboa – Ao tempo do PCA, Francisco de Lemos José Maria, o actual ministro do interior Eugénio César Laborinho, beneficiou de uma habitação facilitada pela Cooperativa Cajueiro (detida pela Sonangol), que custou USD 1,3 milhões de dólares aos cofres da petrolífera estatal. A Sonangol comprou a casa a um empreiteiro e revendeu ao general Laborinho menos que a metade do preço fazendo-lhe, ainda um desconto de 40%. Aos dias de hoje, a Sonangol queixa-se pelo prejuízo causado. A empreiteira por sua vez, reclama que a Sonangol deve-lhe mais dinheiro pela construção/encomendas das casas.
Fonte: Club-k.net
ESTAVA NA LISTA DOS BENEFICIARIOS DA PETROLÍFERA ESTATAL
O esquema aconteceu pouco antes de 2016, quando a cooperativa Cajueiro (detida pela Sonangol) contactou, o empreiteiro “Prumo - empreendimentos e material de construção” para compra/construção de 71 habitações para os seus funcionários, no condomínio Palanca Negra, na rua comandante Danereux, na província de Malanje.
A Sonangol pagou a PRUMO, cerca de 1,3 milhão de dólares por cada uma das casas. Por sua vez, a petrolífera estatal revendeu a Eugénio César Laborinho pelo valor de 664 mil dólares. Nesta venda ao general angolano, a Sonangol decidiu fazer-lhe um desconto de 40% (265 mil dólares). Com os descontos feitos, mesmo sem ser funcionário da Sonangol, o governante pagou 398 mil dólares pela habitação que custou um milhão de dólares aos cofres do estado angolano.
Documentos em posse do Club-K, indicam que para além do general Eugénio César Laborinho beneficiaram do mesmo esquemas de habitação em Malanje (Condomínio Palanca Negra e Mifongo) outras personalidades (alheias a Sonangol) como foi o caso do general Antônio Egidio de Sousa e Santos, actual, Chefe de Estado Maior General das FAA; general António dos Santos Neto “Patónio”, ex-Juiz Conselheiro Presidente do Supremo Tribunal Militar, Carolina Cerqueira, ministra de Estado para os assuntos sociais; Coutinho Nobre Miguel, ex-Presidente do Banco SOL; Pedro Agostinho de Neri, secretário-geral da Assembleia Nacional; José Maria Botelho de Vasconcelos, antigo ministro dos petróleos; Teresa de Jesus Dias de Abreu, antiga administradora de Malanje, e Fernando Osvaldo dos Santos, “testa de ferro” de Manuel Vicente que lidera o Grupo Vernon.
A empresa PRUMO que funcionou como empreiteira na construção das 71 habitações destinadas aos funcionários da Sonangol em Malanje, é oficialmente detida pelos cidadãos português João Francisco da Rocha Pereira, Abdulcader Amade, e pelo angolano Manuel Lopes Doas Amaro. Há relatos que por detrás deste há um sócio angolano ligado ao regime que terá intermediado o negócio.
Apesar de os membros do regime terem já recebido as respetivas casas, e pago elas com descontos que causaram prejuízos a Sonangol, a prolifera estatal continua a enfrentar problemas pelo negócio mal feito deixando alguns dos seus funcionários prejudicados.
Ao tempo do PCA, Francisco Lemos Maria, a Sonangol reconhecia o custo de 32. 364. 000 que correspondem ao contrato de empreitada do condomínio Palanca Negra que previa a construção de outras 30 casas (C3), 10 casas (C4) e 09 casas (CS) no mesmo condomínio.
Em 2018, já com João Lourenço no poder, a PRUMO, foi citada por duas publicações angolanas (Novo Jornal e o OPAIS) como estando a reclamar uma divida da petrolífera estatal avaliada em mais de 20 milhões de dólares. A Sonangol por sua vez, admitia num relatório que “a cooperativa atribuiu 71 habitações destes empreendimentos pelos. No entanto, o empreiteiro Prumo, devido a divida reconhecida pela Cooperativa Cajueiro (2,3 milhões de dólares), não entregou as chaves á cooperativa para a distribuição aos seus sócios” adiantando que “nenhuma das habitações se encontravam habitadas apesar de 17 delas já haviam sido pagas pela totalidade pelos alegados funcionários (na qual se incluía o actual titular da pasta do interior)”.
Em Agosto de 2020, o Jornal “PortaldeAngola”, trazia uma reportagem intitulada “‘Briga’ entre Sonangol e Prumo inviabiliza entrega de luxuosas casas em Malanje” dando conta da continuidade de maus entendidos devido ao negocio que beneficiou membros do regime prejudicando a petrolífera estatal.
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