Luanda - Economistas angolanos consideram haver grandes desafios a vencer para que o país possa integrar e competir com outros na Zona de Comércio Livre Continental Africana a ser lançada no próximo mês.
Fonte: VOA
Ao intervir, por videoconferência, no sábado, 5, na cimeira da União Africana dedicada à Zona de Comércio Livre Continental Africana, o Presidente João Lourenço reconheceu que o actual nível de trocas comerciais está longe do possível e do desejável e que Angola desenvolve uma série de acções para permitir essa integração.
Na verdade, o país está longe de poder chegar em igualdade de condições a outros gigantes do continente, como a Nigéria ou África do Sul.
O empresário e presidente da Associação Industrial de Angola (AI), José Severino, avisa que o apoio do Estado aos empresários será decisivo para uma rápida integração económica regional.
“Cabe ao Estado ter alguma forma de actuação que possa facilitar a vida do empresariado”, defende Severino, quem reconhece que a Covid-19 veio colocar a competividade de Angola “num nível ainda mais desafiante”.
Por seu turno, o consultor económico Galvão Branco admite haver ainda o que chamou de “problemas de competitividade que precisam ser corrigidos”.
Branco chama a atenção para a necessidade de o país ser cauteloso em relação aos níveis onde “Angola pode tirar vantagens competitivas”.
A Zona de Comércio Livre Continental Africana, inicialmente prevista para arrancar a 1 de julho, deve entrar em vigor a 1 de janeiro.
Lourenço engajado mas com trabalho de casa
Na sua intervenção, o Presidente angolano defendeu a importância da integração africana e garantiu que o seu Executivo está a fazer tudo para participar no processo em curso no continente.
Para João Lourenço, "a facilitação do comércio, feita a partir do estabelecimento de procedimentos aduaneiros rápidos e eficientes e da adopção de um sistema eficiente de certificação das mercadorias, é de importância primordial para apoiar a conexão do setor empresarial às cadeias de valor regionais".
O Presidente angolano afirmou estar consciente de que esse processo de integração “criará oportunidades adicionais às micro, pequenas e médias empresas de Angola, que passarão a integrar mercados mais competitivos, mais eficientes e melhor preparados para responder às necessidades dos consumidores africanos", enquanto, por agora, estão abaixo do possível e do desejável.
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