Luanda - Pelo menos 9 ativistas dos direitos humanos foram detidos esta manhã, 28 de novembro, em Cabinda, pela polícia angolana. A informação foi comunicada esta manhã por ativistas dos direitos humanos locais.
Fonte: Folha8
Segundo a fonte, os ativistas estavam no Largo 1º de Maio da cidade de Cabinda, e se preparavam para uma manifestação para pedir a libertação dos três ativistas políticos detidos desde 28 e 30 de junho e apelar para a paz em Cabinda. E a Polícia Nacional (PN) decidiu levá-los para o Serviço de Investigação Criminal (SIC), onde se encontram neste momento, humilhados, esfomeados, debilitados e sem acesso a advogado (a).
Consta da lista dos ativistas detidos, entre outros, Alexandre Kuanga Nsito, Alexandre Kasu, e João Alexandre, Mateus Muanda Tempo, Luciano Muanda e Alfredo Valdemiro Ledi.
A cidade de Cabinda despertou esta manhã com um número elevado de efetivos da Polícia de Intervenção Rápida – PIR em todas as rotundas da cidade, e dispostos ao longo da rua que liga o Largo 1º de Maio ao salão Multiuso, onde devia terminar a manifestação. A cidade de Cabinda está neste 28 de novembro a ferro e fogo, mergulhado num clima de intimidação e de repressão, forcing direcionado para todos que, eventualmente, viessem a participar da atividade, contrariando o direito de reunião e manifestação, previsto no artigo. 47º da nova Constituição da República de Angola.
Mesmo sob pretexto do famoso Decreto Presidencial na sequência da Covid-19, os direitos e as liberdades fundamentais dos cidadãos não estão suspensos, nem tão pouco a Constituição angolana estipula discriminação ou desigualdade para Cabinda. Aliás, a emergência nacional mantém “os cidadãos livres e responsáveis, perante si e os demais; não isenta ninguém nem rebaixa ninguém”; e o Presidente da República de Angola, João Lourenço pronunciou-se recentemente sobre os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
Denunciamos mais esta violência exercida contra os nove ativistas dos direitos humanos em Cabinda, e repudiamos a farsa montada para os deter de forma arbitrária e as restrições de não receber visita de advogado e familiares, que só desonram a imagem e as instituições de administração da Justiça de Angola.
Liberdade já!
José Marcos Mavungo
Activista dos Direitos Humanos/Human Rights Activist
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